Quesada sodalis (Walker, 1850)

Martinelli, Nilza M. & Zucchi, Roberto A., 1987, Cigarras associadas ao cafeeiro. I. Gênero Quesada Distant, 1905 (Homoptera, Cicadidae, Cicadinae), Anais da Sociedade Entomológica do Brasil 16 (1), pp. 51-60 : 55-56

Quesada sodalis (Walker, 1850)

Descrição: corpo largo de coloração geral escura.

Cabeça: olhos projetados com estreita faixa preta circundando a margem interna; fronte pouco proeminente com listras pretas na parte dorsal; área dos ocelos circundada com mancha preta estreita até entre a base das antenas ( Fig. 2A ).

Tórax: pronoto com ângulo posterior dilatado, ausência de faixa transversal preta nos bordos, com faixa estreita preta semicircular, atrás da inserção cabeça-tórax, unindo-se com outra, partindo das primeiras quatro manchas estreitas internas; mesonoto com sete faixas pretas longitudinais unidas entre si, sendo que as laterais atingem o ápice da elevação cruciforme; esta com pequenas manchas pretas nas extremidades anteriores ( Fig. 2A ); asas anteriores e posteriores hialinas; com tégminas apresentando manchas marrons esfumaçadas nas nervuras transversais da segunda à quinta e sétima células apicais (Fig. 21); fêmures anteriores com os dois primeiros espinhos desenvolvidos, retos, e o terceiro curto (Fig. 2N).

Abdômen: escuro, com manchas pretas cobrindo totalmente ou quase todos os segmentos abdominais ( Fig. 2 E e 2H ), dorso do abdômen, com uma mancha clara punctiforme, de cada lado; região pleural e esternal com manchas de coloração preta ( Fig. 2B e 2F ); opérculos do macho separados com os bordos posterio res não se prolongando posteriormente ( Fig. 2F ); o último urosternito visível da fêmea mais de duas vezes mais longo do que largo, com a margem anterior reta, a margem lateral distintamente curva e oblíqua e a posterior invaginada ( Fig. 2 C ); macho com o último urosternito visível tão largo quanto longo; margens laterais acentuadamente oblíquas e distintamente invaginado posteriormente ( Fig. 2G ).

Genitália da fêmea: a margem externa do ovipositor não denteada e a interna com uma ondulação ( Fig. 2D e 2M ).

Genitália do macho: lobo anterior do uncus arredondado; processo lateral do pigóforo com a extremidade pontiaguda, lobo basal do pigóforo desenvolvido e com a extremidade arredondada; aedeagus com o ápice triangular e margens esclerotizadas ( Fig. 2J e 2L ).

Medidas: comprimento do corpo (fêmea): 33-35mm; (macho): 37-40mm, envergadura: 116mm.

Exúvia: não estudada.

Material examinado: BRASIL, São Paulo: Piracaí, Sítio Cedro Velho , XI-1980 (C.R. Brandão), 2 machos, MZUSP. Santa Catarina, Brusque , XII - 1937 (J. Lane), 1 fêmea, MZUSP .

Características taxonômicas: o ângulo posterior do pronoto dilatado e tégminas com manchas marrons esfumaçadas nas nervuras transversais da segunda à quinta e sétima células apicais.

Comentários: nos primeiros relatos de ocorrência de cigarras em cafeeiros, Q: sodalis foi mencionada infestando esta cultura apenas por FONSECA & AUTUORI (1932). Nos levantamentos realizados recentemente, não foi coletado nenhum exemplar desta espécie.

Figures

FIGURA 2 - Quesada sodalis. A. cabeça e tórax; B. abdômen ♀ (ventral); C. último urosternito ♀; D. ovipositor (ventral); E. abdômen ♀ (lateral); F. abdômen ♂ (ventral); G. último urosternito ♂"; H. abdômen ♂ (lateral); 1. asa anterior; J. genitália o" (latera l); L. genitália o-" (ventral); M. metade esquerda ovipositor (ventral); N. fêmur anterior (adulto).