Stylosanthes gracilis Kunth, 2018

Silva, Lucas, Thomaz, Luciana Dias & Dutra, Valquíria Ferreira, 2018, Leguminosae no Parque Natural Municipal de Jacarenema, Vila Velha, Espírito Santo, Brasil, Iheringia, Série Botânica 73 (3), pp. 261-289 : 285

3.25 Stylosanthes gracilis Kunth , Nov. Gen. Sp. 6: 507. t. 596. 1823.

( Figs. 3H, I )

Ervas, ca. 60 cm alt.; ramos tomentosos, inermes. Estípulas 10-11 × 3,3 mm compr., soldadas, amplexicaules, adnatas à base do pecíolo, persistentes. Folhas imparipinadas, 3-folioladas, pecíolos ca. 3 mm compr., glabrescentes a pubescentes; raque foliar ca. 1 mm compr., puberulenta; folíolos 12-27 × 3,9 mm, elípticos a estreitamente elípticos, base acuminada, ápice acuminado, margem inteira, faces adaxial e abaxial esparsamente puberulentas a pubescentes; nectários foliares ausentes. Inflorescências espiciformes, 3-6-floras, terminais. Flores papilionadas, pentâmeras, não ressupinadas; cálice gamossépalo, ca. 3,6 × 1,8 mm compr., infundibuliforme, verde, glabro; corola dialipétala, vexilo ca. 7 × 5,5 mm, alas ca. 6 × 1,9 mm, carenas ca. 4,3 × 1,2 mm, amarela, estames 10, ca. 6,3 mm compr., monadelfos; anteras dimórficas, 1-3 mm compr., rimosas; ovário ca. 3,8 mm compr., séssil, glabro; estilete ca. 2 mm compr., glabro. Lomentos, artículos 1, 2,7-3,1 × 1,5-1,9 mm, glabros e papilosos, indeiscentes. Sementes 1, reniformes, 2-2,1 × 1,5-1,6 mm, negras.

Espécie ocorrente no Bolívia, Brasil, Guiana Francesa, Panamá e Venezuela. ( Costa 2006). No Brasil ocorre nas regiões Norte ( AP, PA), Nordeste ( AL, BA, CE, MA, PE, SE), Centro-Oeste ( DF, GO, MS, MT), Sudeste ( ES, MG, RJ, SP) e Sul (PR). Habita os Domínios Fitogeográficos da Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica ( BFG 2015, material suplementar). No PNMJ ocorre na formação Arbustiva Aberta Não Inundável. Coletada com flores e frutos de abril a junho.

Stylosanthes gracilis é por vezes confundida e até considerada sinônimo de S. guianensis (Aubl.) Sw. ( Costa 2006), porém, são espécies distintas. S. gracilis possui lomento uni ou biarticulado (vs. sempre uniarticulado em S. guianensis ), inflorescências sempre terminais (terminais ou axilares em S. guianensis ) e em S. gracilis as folhas caem no início da floração ( Costa 2006). Diferencia-se das demais espécies do gênero por possuir folíolos precocemente caducos, ramos com entrenós alongados e revestidos por tricomas híspido-dourados (Fortuna-Perez et al. 2011). Este é o primeiro registro de ocorrência desta espécie para o PNMJ.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Parque Natural Municipal de Jacarenema: Vila Velha , 03.V.2011, L. A. Silva 011 ( VIES); 01.IV.2012, L. A. Silva 140 ( VIES) .

Figures

Figs. 3A-R. A. Alysicarpus vaginalis – Folha. B-D. Chamaecrista rotundifolia var. rotundifolia. B. Folíolo; C. Flor; D. Fruto. E-G. Zornia glabra. E. Folíolos; F. Inflorescência; G. Fruto.H, I. Stylosanthes gracilis. H. Estípulas; I. Folha; J. Stylosanthes scabra - Folha. K. Crotalaria maypurensis - Estípula. L, M. Crotalaria pallida. L. Fruto; M. Estípula. N. Ancistrotropis peduncularis - Fruto. O, P. Desmodium adscendens; O. Fruto; P. Flor. Q. Rhynchosia phaseoloides - Fruto. R. Centrosema virginianum Flor.