Micrasterias papillifera Bréb. ex Ralfs var. glabra Nordst.

Oliveira, Ivania Batista, Bicudo, Carlos Eduardo de Mattos & Moura, Carlos Wallace do Nascimento, 2017, Novos registros de táxons dos gêneros Euastrum Ehrenb. ex Ralfs e Micrasterias C. Agardh ex Ralfs (Zygnematophyceae, Desmidiaceae) para a Bahia e o Brasil, Iheringia, Série Botânica 72 (2), pp. 295-313 : 309-312

publication ID

https://doi.org/ 10.21826/2446-8231201772217

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Felipe

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Micrasterias papillifera Bréb. ex Ralfs var. glabra Nordst.
status

 

Micrasterias papillifera Bréb. ex Ralfs var. glabra Nordst. ,

In: Wittrock & Nordstedt, Alg. Exsic. 10: nº 466. 1882. ( Fig. 57 View Figs )

Célula tão longa quanto larga, 100-140 μm compr., 100-135 μm larg., lobo polar 35-40 μm larg., istmo 18,5- 24 μm larg., constricção mediana profunda, seno linear, fechado, envolta numa bainha de mucilagem espessa, semicélula 5-lobada, incisões interlobares profundas, lineares, levemente abertas, lobos laterais e basais levemente desiguais entre si, laterais pouco maiores, extremidades 2-denticuladas, lobo apical subcilíndrico, margens subparalelas, ápice levemente chanfrado no meio, 1 elevação de cada lado, ângulos levemente divergentes, 2-denticulados, parede celular hialina, lisa; cloroplastídio seguindo o contorno da célula, vários pirenóides esparsos.

Distribuição geográfica no Brasil: São Paulo ( Borge 1918, Bicudo 1969, Sormus & Bicudo 1997).

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Esplanada, APA Liotal Norte , 28.II.2009, ( HUEFS 155638 About HUEFS ) , 14.III.2009, ( HUEFS 155774 About HUEFS , HUEFS 155775 About HUEFS , HUEFS 155778 About HUEFS , HUEFS 155781 About HUEFS ); Conde, APA Litoral Norte, 28.II.2009, ( HUEFS 155646 About HUEFS , HUEFS 155651 About HUEFS , HUEFS 155657 About HUEFS , HUEFS 155660 About HUEFS ) .

Micrasterias papilifera var. glabra foi descrita originalmente por Borge (1918) a partir da análise de material coletado no estado de São Paulo. O referido autor não descreveu, nem apresentou medidas de sua nova variedade, forneceu apenas uma ilustração (pl. 8, fig. 12), que mostra uma célula de contorno ovalado, incisões interlobares lineares, apertadas e lobo polar com extremidades expandidas.

Micrasterias papilifera var. glabra difere da variedade típica da espécie por apresentar parede celular lisa, isto é, destituída dos espinhos que ornamentam as extremidades das incisões interlobares e o seno mediano do material-tipo.

Micrasterias radiosa Ralfs var. radiosa, Brit. Desm. 72. 1848.

( Fig. 58 View Figs )

Célula quase tão longa quanto larga, 170-200 μm compr., 160-185 μm larg., lobo polar 32,5-37,5 μm larg., istmo 20- 24 μm larg., constricção mediana profunda, seno linear, levemente aberto na extremidade; semicélula 5-lobada, incisões interlobares profundas, lineares, semiabertas, lobos laterais e basais levemente desiguais entre si, laterais pouco maiores, 2-denticulados, lobo apical subcilíndrico, margens retilíneas, subparalelas, ápice levemente expandido, chanfrado no meio, 1 elevação de cada lado com 1 dentículo, ângulos 2-denticulados, dentículos convergentes; parede celular hialina, lisa; cloroplastídio seguindo o contorno da célula, vários pirenóides esparsos.

Distribuição geográfica no Brasil: Amazonas ( Lopes &

Bicudo 2002); Mato Grosso ( Borge 1925, De-Lamonica-Freire 1985); Minas Gerais ( Borge 1925); Pará ( Förster 1969); Paraná ( Felisberto & Rodrigues 2008); São Paulo ( Sormus & Bicudo 1997).

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Mata de São João, APA Liotal Norte , 11. I.2009, ( HUEFS 155600 About HUEFS , HUEFS 155601 About HUEFS , HUEFS 155610 About HUEFS ) , 14.III.009, ( HUEFS 155708 About HUEFS , HUEFS 155712 About HUEFS ) ; Esplanada , 1.III.2009, ( HUEFS 155676 About HUEFS ) ; Entre Rios, APA Litoral Norte , 26.VII.2009, ( HUEFS 155761 About HUEFS ) ; Conde, APA Litoral Norte , 2.VIII.2009, ( HUEFS 155806 About HUEFS , HUEFS 155809 About HUEFS ) .

Micrasterias radiosa var. radiosa é uma espécie de identificação relativamente fácil devido às suas características morfológicas marcantes, como: contorno circular da célula, incisões profundas e lóbulos estreitos, em forma de fitas.

Micrasterias radiosa Ralfs var. ornata Nordst. f. ornata, Vidensk. Meddr dansk natur. Foren. 1869(14-15): 223, pl. 2, fig. 11. 1869.

( Figs. 59, 60 View Figs )

Célula tão longa quanto larga, 210-230 μm compr., 190-210 μm larg., lobo polar 30-38,5 μm larg., istmo 15- 22,5 μm larg., constricção mediana profunda, seno linear, levemente aberto, ornadas com dentículos pontiagudos em toda extensão; semicélula 5-lobada, incisões interlobares profundas, lineares, semiabertas, lobos laterais e basais de tamanhos iguais entre si, extremidades 2-denticuladas, lobo apical subcilíndrico, margens subparalelas, ornadas com dentículos pontiagudos em toda extensão, ápice levemente expandido, chanfrado no meio, 1 elevação de cada lado, parede celular hialina; cloroplastídio seguindo o contorno da célula, vários pirenóides esparsos.

Distribuição geográfica no Brasil: Amazonas ( Martins 1980); Mato Grosso ( De-Lamonica-Freire 1985); Minas Gerais ( Nordstedt 1869); Pará ( Grönblad 1945); Paraná (Bittencourt-Oliveira & Marcenas 1994); São Paulo ( Börgesen 1890, Borge 1918).

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Mata de São João, APA Liotal Norte , 11.I.2009, ( HUEFS 155598 About HUEFS , HUEFS 155605 About HUEFS ) ; Esplanada, APA Litoral Norte , 14.III.2009, ( HUEFS 155675 About HUEFS , HUEFS 155776 About HUEFS , HUEFS 155782 About HUEFS , HUEFS 155791 About HUEFS ) ; Conde, APA Litoral Norte , 2.VIII.2009, ( HUEFS 155809 About HUEFS , HUEFS 155810 About HUEFS , HUEFS 155817 About HUEFS , HUEFS 155819 About HUEFS ) .

Nordstedt (1877) propôs M. radiosa Ralfs var. ornata Nordst. f. ornata a partir de material coletado no Estado de Minas Gerais, e justificou a nova variedade por conta da parede celular pontuada e da presença de acúleos nas incisões primárias da semicélula e do seno mediano.

Micrasterias thomasiana W. Archer var. notata (Nordst.) Grönblad, Acta Soc. Fa. Fl. Fenn. 47(4): 38. 1920.

( Figs. 61, 62 View Figs )

Célula tão longa quanto larga, 335-340 μm compr., 315-325 µm larg., lobo polar 75-80 μm larg., istmo 38- 42,5 μm larg., constricção mediana profunda, seno linear, fechado, às vezes levemente aberto nas extremidades, semicélula subtrapeziforme, 5-lobada, incisões interlobares profundas, fechadas, lobo apical subcilíndrico, margem apical com 1 incisão aberta em forma de U, ângulos emarginados, 2-denticulados, lobos basais e laterais desiguais entre si, extremidades 2-denticuladas, parede celular hialina, finamente pontuada; cloroplastídio axial, diversos pirenóides espalhados em cada plastídio.

Distribuição geográfica no Brasil: Amazonas ( Martins 1980); Minas Gerais ( Sormus 1991); Pará ( Grönblad 1945, Thomasson 1971); Paraná (Bittencourt-Oliveira & Marcenas 1994, Moresco et al. 2009); São Paulo ( Sormus & Bicudo 1997).

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Conde, APA Liotal Norte , 28.II.2009, ( HUEFS 155654 About HUEFS ) , 2.VIII.2009, ( HUEFS 155818 About HUEFS , HUEFS 155821 About HUEFS , HUEFS 155826 About HUEFS ); Esplanada, APA Litoral Norte, 14.III.2009, ( HUEFS 155687 About HUEFS , HUEFS 155698 About HUEFS ) .

Micrasterias thomasiana var. notata difere da variedade típica da espécie por apresentar uma a três suaves intumescências na base de cada semicélula, logo acima do istmo e não apresentar processos ou espinhos na parede celular.

Micrasterias torreyi Bailey var. nordstedtiana (Hieron.) Schmidle, Bot. Jb. 26(1-2): 48. 1898.

( Figs. 63, 64 View Figs )

Célula quase tão larga quanto longa a ca. 1,2 vezes mais longa que larga, 265- 270 μm compr., 230-250 µm larg., lobo polar 60-65 μm larg., istmo 30-45 μm larg., constricção mediana profunda, seno mediano linear, fechado próximo ao istmo; semicélula semicircular em vista frontal, 5-lobada, incisões interlobares pouco profundas, lobos basais subdivididos por 1 incisão acutangular em 2 lóbulos 2-denticulados, lobo apical subcilíndrico, levemente projetado além dos lobos laterais; ápice retuso, chanfrado, ângulos projetados lateralmente formando processos cônicos, 2- denticulados; parede celular hialina, pontuada; cloroplastídio axial, diversos pirenóides espalhados.

Distribuição geográfica no Brasil: Goiás ( Förster 1964); Mato Grosso ( Borge 1925, De-Lamonica-Freire 1985); Pará ( Grönblad 1945, Scott et al. 1965); São Paulo ( Sormus & Bicudo 1997).

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Conde, APA Liotal Norte , 28.II.2009, ( HUEFS 155645 About HUEFS , HUEFS 155654 About HUEFS ), 11.VII.2009, ( HUEFS 155715 About HUEFS , HUEFS 155718 About HUEFS ), 2.VIII.2009, ( HUEFS 155803 About HUEFS , HUEFS 155811 About HUEFS , HUEFS 155816 About HUEFS , HUEFS 155821 About HUEFS , HUEFS 155826 About HUEFS ); Esplanada, APA Litoral Norte, 25.VII.2009, ( HUEFS 155737 About HUEFS ) .

Micrasterias torreyi var. nordestedtiana difere da variedade típica da espécie por suas células pouco mais longas que largas, contorno elíptico, lobos bidenticulados e base dos lobos com as margens internas infladas, recobrindo parcialmente uns aos outros.

Micrasterias truncata (Corda) Bréb. ex Ralfs var. truncata f. gibbosa Thomasson, Mém. Inst. R. Sci. Nat. Bel. : sér. 2, 86: 41, pl. 12, fig. 1, pl. 13, fig. 1-3. 1971.

( Figs. 65-67 View Figs )

Célula 1-1,1 vezes mais larga que longa, 130-140 μm compr., 115-122,5 µm larg., lobo polar 75-80 μm larg., istmo 22,5-25 μm larg., constricção mediana profunda, seno aberto, acutangular; semicélula sub-retangular, 5-lobada, incisões interlobares pouco profundas, abertas, côncavas, lobo apical aproximadamente fusiforme, 1 dentículo em cada ângulo, margem apical levemente arredondada a retusa no meio, conjunto dos lobos basais e laterais sub-retangulares, levemente desiguais entre si, extremidades 2-denticuladas, parede celular hialina, finamente pontuada; cloroplastídio axial, diversos pirenóides espalhados em cada plastídio.

Distribuição geográfica no Brasil: Amazonas ( Thomasson 1971).

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Mata de São João, APA Liotal Norte , 11.I.2009, ( HUEFS 155603 About HUEFS , HUEFS 155606 About HUEFS , HUEFS 155607 About HUEFS , HUEFS 155611 About HUEFS ), 14.III.2009, ( HUEFS 155707 About HUEFS , HUEFS 155708 About HUEFS , HUEFS 155718 About HUEFS ) ; Esplanada, APA Litoral Norte , 28.II.2009, ( HUEFS 155641 About HUEFS ), 14.III.2009, ( HUEFS 155699 About HUEFS ) .

Thomasson (1971) descreveu a forma gibbosa com base no material coletado no estado do Amazonas. Segundo o autor, o táxon difere da forma típica da espécie por apresentar um amplo sulco longitudinal em cada lado do istmo e uma protuberância localizada logo acima do istmo, com o qual, o material analisado está de acordo ( Fig. 67 View Figs ).

Dos 45 táxons identificados neste estudo, oito são adições à flora ficológica do Brasil, a saber: Euastrum ansatum Ehrenb. ex Ralfs var. attenuatum Schmidle , E. cornubiense West & G.S. West var. medianum (Nordst.) Willi Krieg. , E. croasdaleae Grönblad var. croasdaleae , E. divaricatum P. Lundell var. divaricatum , E. humbertii Bourr. , E. inerme (Ralfs) P. Lundell , E. obesum Joshua var. obesum , E. umbonatum (West & G.S.West) Schmidle.

E. sublobatum (Bréb.) Ralfs var. sublobatum e Micrasterias arcuata Bailey var. expansa (Bailey) Nordst. f. expansa , haviam sido registrados a 99 anos citado por ( Borge 1918), além de E. cornubiense West & G.S. West var. cornubiense , E. cuspidatum Wolle var. goyazense (Kurt Forst. & Eckert) Kurt Forst. E. eckertii Kurt Först. , E. gemmatum (Bréb.) Bréb. ex Ralfs var. pinheirensis C.E.M. Bicudo , E. inusitatum Kurt Först. var. symmetricum Kurt Först. & Eckert , E. luetkemuellerii F. Ducell. var. carniolicum (Lütkem.) Willi Krieg. , E. pectinatum Bréb. var. brasiliense Kurt Först. , E. pectinatum Bréb. var. pinhareense C.E.M. Bicudo , E. platycerum Reinsch var. g roenbladii (Grönblad) Kurt Först. f. goyazense Kurt Först. , E. spinulosum Delponte var. grandeornatum Kurt Först. , E. sublobatum (Bréb.) Ralfs var. dissimile (Nordst.) West & G.S. West , E. sublobatum (Bréb.) Ralfs var. subangustatum (Boldt) Kurt Först , Micrasterias laticeps Nordst. var. ampliata Willi Krieg. e Micrasterias truncata (Corda) Bréb. ex Ralfs var. truncata f. gibbosa Thomasson , registrados a cerca de 50 anos.

Além destes, estão sendo adicionados 14 táxons de Euastrum e sete de Micrasterias à desmidioflorula do Nordeste.

O

Botanical Museum - University of Oslo

I

"Alexandru Ioan Cuza" University

Kingdom

Plantae

Phylum

Charophyta

Class

Conjugatophyceae

Order

Zygnematales

Family

Desmidiaceae

Genus

Micrasterias

Loc

Micrasterias papillifera Bréb. ex Ralfs var. glabra Nordst.

Oliveira, Ivania Batista, Bicudo, Carlos Eduardo de Mattos & Moura, Carlos Wallace do Nascimento 2017
2017
Loc

Micrasterias thomasiana W. Archer var. notata (Nordst.) Grönblad, Acta Soc. Fa. Fl. Fenn.

Nordst. 1920: 38
1920
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