Dasineura occulta, Pereira-Colavite, Alessandre & Urso-Guimarães, Maria Virginia, 2013
publication ID |
https://doi.org/ 0.1590/s0031-10492013000400001 |
persistent identifier |
https://treatment.plazi.org/id/B457B564-7070-4163-FD25-F9F2FF239C38 |
treatment provided by |
Carolina |
scientific name |
Dasineura occulta |
status |
sp. nov. |
Dasineura occulta sp. nov. Pereira-Colavite & Urso-Guimarães
( Figs. 1-5 View FIGURA 1 View FIGURA 2 View FIGURA 3 View FIGURA 4 View FIGURA 5 )
Holótipo: BRASIL, SP, São Carlos, Universidade Federal de São Carlos, 21°58’S 47°52’W; ♂, col. 23.IX.2005, em 07.X.2005, A. Pereira-Colavite & G. Raga; obtido em capítulos de Hypochaeris chillensis (Kunth) Britton (Asteraceae) .
Diagnose: Palpos com três segmentos; 12 flagelômeros nas antenas, tanto em machos quanto em fêmeas; flagelômeros dos machos com haste desenvolvida (quase tão longa que o corpo do flagelômero) e poucos circunfilos; antenas das fêmeas com circunfilos destacados; R 5 encontrando-se com C antes do ápice da asa; dente do gonóstilo esclerotizado, simples e pequeno; edeago alongado e afilado; hipoprocto masculino com microcerdas e bilobado; parâmeros completamente cobertos por microcerdas fortes; ovipositor alongado, afilado e protrátil; porção distal do ovipositor num lobo caudal arredondado e cercos fundidos; hipoprocto feminino diminuto, bilobado e recoberto por microcerdas; larva: espátula protorácica com dois dentes apicais e haste desenvolvida; quatro papilas terminais com cerda de cada lado do ânus; larva em capítulos de Hypochaeris chillensis .
Macho: Coloração: predominante amarelo-claro. Comprimento: corpo 2,4-2,5 mm; asas 2,0- 2,2 mm, do árculo ao ápice. Cabeça: olhos com facetas circulares, levemente espaçadas na região ântero-frontal e muito unidas na região póstero-inferior; olhos não divididos no vértice e separados na região frontal; antena cerca de quatro vezes mais longa que a cabeça; escapo curto, com diâmetro ligeiramente maior que o comprimento; diâmetro do escapo uma vez e meia maior que dos flagelômeros; pedicelo levemente arredondado, com diâmetro ligeiramente maior que o comprimento, e diâmetro semelhante ao dos flagelômeros; antenas com 12 flagelômeros cilíndricos com hastes longas, quase tanto como o corpo do flagelômero ( Fig. 1A View FIGURA 1 ); primeiro flagelômero com três quartos do comprimento do escapo; flagelômeros ornados com numerosas estruturas sensoriais, principalmente na região mediana; cerdas emergindo das regiões basal e apical; circunfilos fracos e curtos; último flagelômero com processo apical com 0,5 vezes o comprimento do corpo do flagelômero; palpos com três artículos ( Fig. 1B View FIGURA 1 ); primeiro curto sem cerdas, com largura medindo dois terços do próprio comprimento; segundo arredondado, com comprimento e largura iguais entre si; terceiro medindo três quintos do comprimento do palpo, cerca de seis vezes mais longo que largo e afilando a partir da metade de seu comprimento até o ápice; occipício com muitas cerdas e cobrindo todo o quarto posterior da cabeça. Tórax: escuto coberto com escamas escuras na região dorso-central e laterais; anepímero, anepisterno e catepisterno com cerdas. Asas ( Fig. 1C View FIGURA 1 ): coberta por microtríquias escuras pequenas e abundantes; R 5 encontrando-se com C antes do ápice da asa. Pernas: garras tarsais desenvolvidas com um pequeno dente na base, curvadas após sua metade; empódio ultrapassando a curvatura das garras. Abdômen: muitas cerdas escuras cobrindo a região dorsal e ventral; tergitos e esternitos dos segmentos I-VII esclerotizados, retangulares e com muitas cerdas; espiráculos localizados nos tergitos; tergito VIII bem esclerotizado e estreito. Terminália ( Figs. 1D, 1E View FIGURA 1 ): gonocoxitos com cerdas longas após a metade de seu comprimento, totalmente recoberto por microcerdas; gonóstilo três vezes mais longo que largo, com a região proximal uma vez e meia mais longa que a distal, com poucas papilas e poucas cerdas; dente do gonóstilo esclerotizado, simples e pequeno, não ultrapassando o limite da largura do gonóstilo; cercos fundidos apenas na base ( Fig. 1E View FIGURA 1 ), com poucas cerdas, uma vez e meia mais longo que largo; edeago alongado e afilado, com ápice rombudo, mais longo que o hipoprocto e cercos; hipoprocto duas vezes mais longo que largo, com microcerdas, bilobado, com uma cerda destacada no ápice de cada lobo; parâmeros completamente cobertos por microcerdas fortes.
Fêmea (diferindo no que segue): Coloração: amarelo- -claro, com abdômen levemente alaranjado. Comprimento: corpo 2,5-2,7 mm (com abdômen retraído); asas 2,2-2,3 mm, do árculo ao ápice. Cabeça: antena cerca de três vezes mais longa que a cabeça, com 12 flagelômeros cilíndricos, sem hastes; primeiro flagelômero do mesmo comprimento do escapo; flagelômeros com poucas papilas e poucas cerdas; muitos circunfilos curtos e muito próximos aos flagelômeros ( Fig. 2A View FIGURA 2 ). Terminália ( Fig. 2B View FIGURA 2 ): ovipositor alongado e afilado, quando estendido cerca de cinco vezes e meia o comprimento do segmento VII, protrátil, não esclerotinizado, estriado e coberto por microcerdas, algumas cerdas destacadas na região mediana dorsal; porção distal do ovipositor num lobo caudal arredondado, cercos fundidos e com oito cerdas na região distal; hipoprocto diminuto, bilobado, recoberto por microcerdas, comprimento oito vezes a largura.
Larva: Coloração: primeiro e segundo ínstares brancos, terceiro ínstar laranja. Comprimento: 2,2-2,7 mm. Morfologia: corpo achatado dorso-ventralmente; espátula protorácica com dois dentes apicais, com lobos apicais pouco proeminentes e fortemente esclerotinizados nas extremidades, e haste desenvolvida ( Fig. 3A View FIGURA 3 ); dois pares de papilas laterais à espátula; quatro pares de papilas terminais com cerda (dois pares de cada lado) ( Fig. 3B View FIGURA 3 ); ânus ventral em fenda vertical.
Pupa ( Figs. 3C, 3D View FIGURA 3 ): Coloração: laranja. Comprimento: 2,1-2,5 mm, 1,0 mm de largura na região metatorácica anterior. Morfologia: Região cefálica: chifres antenais ausentes; espessamento na margem superior da face; dois pares de papilas verticais com cerdas. Tórax: espiráculo protorácico esclerotinizado, basicônico, curvo e afilando em direção à extremidade com 0,6 mm de comprimento. Abdômen: espinhos dorsais destacados dos segmentos II ao VII; poucos espinhos nos segmentos I e VIII; primeiro, segundo e terceiro pares de pernas se estendendo até o IV, entre VI e V, e V segmentos abdominais respectivamente; asas se estendendo até o III segmento abdominal; segmento terminal arredondado em machos e fêmeas, porém mais estreitos nos machos.
Dados de biologia: A fêmea utiliza o seu longo ovipositor para perfurar a planta hospedeira e depositar seus ovos no interior dos tecidos. Foram observados até 38 indivíduos por botão floral e no máximo, quatro ovos no interior do mesmo capítulo. As larvas desenvolvem-se dentro dos capítulos florais, sem provocar neles quaisquer modificações morfológicas ( Figs. 4A, 4B View FIGURA 4 ). Por várias vezes foram encontradas até quatro larvas dividindo o mesmo capítulo ( Fig. 5A View FIGURA 5 ), mas estas em geral se dispersavam para as regiões mais interiores, possivelmente numa tentativa de diminuir a competição ( Fig. 5B View FIGURA 5 ). A emergência dos indivíduos adultos dá-se junto à abertura do botão floral. Não foram encontrados parasitoides.
Etimologia: O epíteto específico designa o desenvolvimento oculto dos estádios imaturos, uma vez que não há formação de galhas e assim os indivíduos não podem ser percebidos por visualização externa.
Material analisado: Parátipos. Idem holótipo, exceto por: 1 ♂, col. 23.IX.2005 , em 07.X.2005, A. Pereira-Colavite & G. Raga col.; 2 ♂ e 1 ♀, col. 06.VI.2005, em 09.VI.2005, M. Almeida col.; 12 exúvias de pupa, col. 28.IX.2005, A. Pereira-Colavite & G. Raga col.; 10 exúvias, col. 28.IX.2005, A. Pereira-Colavite & G. Raga col.; 4 exúvias de pupa, col. 06.VI.2005, M. Almeida col.; 4 exúvias de pupa, col. 23.IX.2005, A. Pereira-Colavite & G. Raga col.; 5 larvas, col. 28.IX.2005, A. Pereira-Colavite & G. Raga col.
No known copyright restrictions apply. See Agosti, D., Egloff, W., 2009. Taxonomic information exchange and copyright: the Plazi approach. BMC Research Notes 2009, 2:53 for further explanation.