Godmania dardanoi (J.C. Gomes) A.H. Gentry, Ann. Missouri Bot. Gard.

Johanes, Isabella, Costa, Swami Leitão, Lohmann, Lúcia Garcez & Melo, José Iranildo Miranda de, 2022, Flora da Paraíba (Brasil): Aliança Tabebuia e Tribo Jacarandeae (Bignoniaceae), Iheringia, Série Botânica (e 2022018) 77, pp. 1-18 : 6

1.1. Godmania dardanoi (J.C. Gomes) A.H. Gentry, Ann. Missouri Bot. Gard. 63: 74. 1976.

( Figura 6 A-B)

Árvores ou arbustos, 4−15 m alt.; ramos cilíndricos, estriados, lenticelados, pubescentes. Folhas 3-7-folioladas, palmadas; pecíolo 2,0− 2,7 cm compr., pubescente; peciólulos ausentes; folíolos discolores, cartáceos, obovados a oblongos, base arredondada a cuneada, ápice atenuado a cuneado, 4,1−6,0 × 2,4−2,7 cm, margem inteira, pilosos em ambas as faces, venação broquidódroma. Inflorescência em panícula, terminal, 3,2−3,8 cm compr., pubérula. Cálice verde-vináceo, campanulado, 5-lobado, 0,7−0,8 × 0,8−0,9 cm, densamente piloso externamente, com tricomas tectores a glandulares, pubescente internamente, lobos triangulares; corola amarela ou creme externamente, creme a magenta internamente, sem guias de néctar, campanulada, 3,2−3,5 × 1,0 cm, pubérula em ambas as faces; estames insertos, anteras bitecas, pilosas, ca. 0,5 × 0,2 cm, filetes 1,5−1,8 cm compr., estaminódio ca. 0,4 cm compr., glabro; ovário ca. 0,3 × 0,2 cm, linear a oblongo, densamente lepidoto, piloso na base. Cápsula linear-cilíndrica, espiralada, base e ápice acuminados, ca. 34 × 0,8 cm, estriada, pubérula, com tricomas tectores; sementes alongadas, aladas, ca. 0,5 × 1,0 cm, alas hialinas, membranáceas.

Nomes vernaculares: Umbigo de viúva, chifre-de-bode.

Distribuição: Godmania dardanoi ocorre apenas no Nordeste brasileiro ( Gentry 1992a) em áreas de Cerrado e Caatinga, nos estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Piauí (Lohmann et al. 2020). Na Paraíba, foi encontrada em área de Caatinga arbórea aberta.

Fenologia: Foi coletada com flores e frutos em setembro. Comentários taxonômicos: Esta espécie caracteriza-se pelo cálice com lobos agudos, triangulares, corola marcadamente campanulada, creme-amarronzada externamente e magenta internamente e fruto cilíndrico, espiralado e estriado longitudinalmente.

Material examinado: BRASIL, PARAÍBA, Patos, Estrada entre Patos e Passagem , 18.IX.1984, fl., fr., W.N. Fonseca & M.M. Santos 430 ( RB) .

Material adicional examinado: BRASIL, BAHIA, Caetité , 09.III.1994, fl., fr., V.C. Sousa et al. 5407 ( HUEFS) . CEARÁ, Campos Sales , 15.II.1985, fl. e fr., A. Gentry et al. 50112 ( RB) . PIAUÍ, São Raimundo Nonato, Fazenda Vereda , 26.IX.1973, fl., fr., D.P. Lima 13237 ( RB) .

Figures

Figura 6. Caracteres diagnósticos das espécies da Aliança Tabebuia. Godmania dardanoi: A. corola urceolada, B. fruto espiralado com estrias longitudinais. Handroanthus chrysotrichus: C. inflorescência congesta e cálice viloso, D. fruto linear, viloso. Handroanthus impetiginosus: E. fruto com base e ápice agudos e sementes aladas. Handroanthus ochraceus: F. inflorescência com flores pediceladas e cálice com lobos cuneados-agudos, G. Fruto aberto com sementes. H. folíolos com margem inteira a serreada de Handroanthus serratifolius. I. folhas 7-folioladas, margem inteira e venação camptódroma de Handroanthus umbellatus. Jacaranda brasiliana: J. cálice com lobos ovados fendidos até a base, K. fruto oblongo-orbicular. L. folhas pinadas na base e bipinadas no ápice com último folíolo maior de Jacaranda jasminoides. M. cálice irregularmente bilabiado e corola infundibuliforme de Tabebuia aurea. N. cálice 2-lobado e lobos acuminados de Tabebuia elliptica. O. folha 3-foliolada, venação broquidódroma de Tabebuia roseoalba. Tabebuia stenocalyx: P. folha simples oblanceoladas, Q. corola salverforme e cálice tubular. Zeyheria tuberculosa: R. cálice e corola campanulados e rufescentes, S. fruto orbicular, tomentoso a estrelado.