Ecliptoides eunomia ( Newman, 1841 ) Martins & Santos-Silva & Clarke, 2012

Martins, Ubirajara R., Santos-Silva, Antonio & Clarke, Robin O. S., 2012, Contribuição Para O Estudo Dos Rhinotragini (Coleoptera, Cerambycidae). Vi. Ecliptoides Tavakilian & Peñaherrera-Leiva, Papéis Avulsos de Zoologia 52 (38), pp. 477-506 : 477-506

publication ID

https://doi.org/ 10.1590/S0031-10492012021800001

DOI

https://doi.org/10.5281/zenodo.13261250

persistent identifier

https://treatment.plazi.org/id/03BD0B61-6D5B-3E4B-E1C4-FC05FD19FC15

treatment provided by

Felipe

scientific name

Ecliptoides eunomia ( Newman, 1841 )
status

comb. nov.

Ecliptoides eunomia ( Newman, 1841) View in CoL , comb. nov.

( Figs. 8, 9 View FIGURAS 5‑10 )

Odontocera eunomia Newman, 1841: 92 View in CoL ; Blackwelder, 1946: 576 (checklist); Monné, 1993: 23 (cat.); Monné & Giesbert, 1994: 96 (checklist); Monné, 2005: 487 (cat.); Monné & Hovore, 2005: 121 (checklist); 2006: 121 (checklist).

Ommata (Eclipta) eunomia var. nigrilatera Gounelle, 1911: 24 View in CoL ; Monné, 1993: 23 (syn.).

Diagnose: Ecliptoides eunomia View in CoL difere das demais espécies do gênero, principalmente, pela ausência de pelos eretos, no terço ou metade anterior dos élitros.

Macho ( Fig. 9 View FIGURAS 5‑10 ): Tegumento alaranjado; escapo, pedicelo, 3/4 basais do antenômero III, 2/3 apicais dos antenômeros IV-V, metade apical dos antenômeros VI-VII, terço apical dos antenômeros VIII-XI pretos; pronoto preto; laterais do protórax preta, largamente arredondada na parte inferior; escutelo preto; élitros pretos, exceto: mancha alaranjada e alongada no quarto látero-basal; mancha longitudinal alaranjada, da base ao terço apical, larga na base e estreita para o seu ápice, que não atinge a sutura; meso- e metasterno pretos nas laterais e acastanhados em direção ao centro; metepisterno preto; clava dos metafêmures pretas; pro- e mesotíbias enegrecidas no extremo apical; protíbias dorsalmente acastanhadas (mais claras na base); meso- e metatíbias pretas com o extremo basal acastanhado; tarsômeros I e V, maior parte do II e pretos; tarsômero III acastanhado; urosternito I e V castanho-escuros nas laterais; urosternitos II-IV castanho-escuros nas laterais e acastanhados no centro.

Pilosidade geral amarelada e pubescência branco-acinzentada; antenômeros e pernas posteriores com cerdas castanho-escuras ou acastanhadas. Cabeça com alguns pelos longos na fronte, labro e face ventral (mais abundantes nas laterais da última). Pronoto pubescente, principalmente nas laterais, entremeada por alguns pelos longos. Laterais e face ventral (exceto uma larga faixa na margem anterior, que apresenta pelos curtos entremeados por pelos mais longos) do protórax distintamente pubescentes. Élitros distintamente pubescentes, sem pelos longos na metade basal.

Fronte e vértice com pontuação densa e confluente (pouco evidente na fronte). Pontuação do pronoto não notavelmente grossa; disco com três calosidades longitudinais, moderadamente marcadas, que não atingem as margens. Pontuação elitral moderadamente grossa e abundante em toda extensão (pouco distinta). Urosternitos sem pontos grossos e profundos.

Comprimento da área entre a base dos lobos oculares inferiores e o ápice do labro igual a 1,1 vezes o comprimento do lobo ocular inferior. Distância entre os lobos oculares inferiores igual a 0,6 vezes a largura de um lobo. Antenas ultrapassam o ápice elitral aproximadamente na metade do antenômero XI; pedicelo com aproximadamente um terço do comprimento do antenômero III; clava antenal um pouco mais distinta a partir do antenômero IX, não notavelmente alargada; antenômeros IX-X nitidamente mais longos do que largos.

Élitros atingem o ápice do urosternito II, deiscentes na metade apical; ângulos apicais salientes (principalmente o externo). Metafêmures atingem o ápice do urosternito IV. Metatarsômero I mais longo do que II-V reunidos.

Fêmea ( Fig. 8 View FIGURAS 5‑10 ): As principais diferenças são: face dorsal da clava dos profêmures castanho-escura e restante acastanhada; clava dos mesofêmures enegrecida; comprimento da área entre a base dos lobos oculares inferiores e o ápice do labro igual a 1,4 vezes o comprimento do lobo ocular inferior; distância entre os lobos oculares inferiores igual 1,1 vezes a largura de um lobo; antenas não atingem o ápice elitral.

Variação: Macho – área dorsal da cabeça, entre os olhos e o protórax, preta; escapo de acastanhado até preto; área preta dos antenômeros III-XI um pouco variável no comprimento; pronoto de inteiramente alaranjado até completamente preto, não raro, preto com áreas irregulares alaranjadas; laterais do protórax de inteiramente alaranjada até preta (quando preta, a parte inferior pode ser irregular ou distintamente arredondada); face ventral do protórax com uma mancha grande a cada lado, losangular e preta (às vezes, acastanhada e não bem delimitada); escutelo alaranjado; mancha alaranjada do disco elitral pode atingir a sutura e com comprimento bastante variável, podendo ser restrita ao quarto basal e ser muito estreita (em nenhum dos espécimes examinados essa mancha atinge o ápice elitral; em um espécime apenas indicada); mesosterno totalmente alaranjado; laterais do meso- e metasterno castanho-escuros; parte clara das meso- e metatíbias pode ser alaranjada e envolver todo o terço basal; protarsômeros podem ser acastanhados, principalmente base do II e todo o III; região clara dos urosternitos I e V pode ser acastanhada ou alaranjada; élitros com alguns pelos longos no terço basal; comprimento da área entre a base dos lobos oculares inferiores e o ápice do labro de 1,0 a 1,1 vezes o comprimento do lobo ocular inferior; distância entre os lobos oculares inferiores de 0,4 a 0,6 vezes a largura de um lobo; metafêmures atingem o ápice elitral. Fêmea – clava dos profêmures escurecida apenas no terço dorso-apical; clava dos mesofêmures castanho- escura na face dorsal e acastanhada na face ventral; urosternitos totalmente alaranjados; comprimento da área entre a base dos lobos oculares inferiores e o ápice do labro de 1,2 a 1,4 vezes o comprimento do lobo ocular inferior; distância entre os lobos oculares inferiores de 0,8 a 1,1 vezes a largura de um lobo.

Dimensões em mm (♂ / ♀): Comprimento total, 5,7-7,3/6,2-8,9; comprimento do protórax, 1,1-1,6/1,3-1,6; largura anterior do protórax, 0,7-1,0/0,8-1,2; largura posterior do protórax, 0,8-1,1/0,9-1,2; largura umeral, 0,9-1,2/1,1-1,4; comprimento elitral, 2,8-3,5/2,7-4,0. Dimensões na descrição original, Newman (1941): “Corp. long..35 unc. Lat..05 unc.”.

Tipos, localidades-tipo: De Odontocera eunomia – Holótipo, sexo não especificado, coletado no Brasil (próximo do Rio de Janeiro), depositado na coleção OXUM (ex-coleção Miers ) . Verificamos através da fotografia do holótipo enviada por James E. Hogan ( OXUM) que o holótipo ( Fig. 8 View FIGURAS 5‑10 ) é uma fêmea. De Ommata (Eclipta) eunomia var. nigrilatera – Descrita com base em quantidade de espécimes e sexo não especificados, provenientes do Brasil (Goiás, Minas Gerais e São Paulo). Os sintipos estão depositados no MNHN e BMNH.

Distribuição geográfica: Brasil [Bahia ( Monné, 1993); Goiás ( Gounelle, 1911); Minas Gerais ( Gounelle, 1911); Espírito Santo (novo registro formal); Rio de Janeiro (Newman, 1941); São Paulo ( Gounelle, 1911); Paraná ( Gounelle, 1911); Santa Catarina ( Gounelle, 1911); Rio Grande do Sul ( Gounelle, 1911)], Argentina [Misiones (Bruch, 1912)].

Monné (1993) registrou como ocorrência de Ommata (Eclipta) eunomia : “ Brazil (Bahia to Rio Grande do Sul) and Argentina ”. Essa distribuição no Brasil sugere a inclusão do estado do Espírito Santo. No entanto, não encontramos nenhum registro formal para os estados da Bahia e Espírito Santo. Este último, inclusive pode apenas ser inferido pela distribuição registrada por Monné (1993).

♀, 31.X.1924, M. Witte col. ( MZUSP); Tijucas do Sul , 2 ♂♂, 3 ♀♀, 23. XI .1979, M. Hoffmann col. ( MCNZ). Santa Catarina: Anita Garibaldi , 2 ♂♂, XI .1950, Dirings ( MZUSP) ; ♂, IV .1953, Dirings ( MZUSP); Joinville ( Rio Bracinho ) , ♀, X.1944, Dirings ( MZUSP); Mafra , ♂, ♀, XII.1931, A. Maller col. ( MZUSP); Seara ( Nova Teutônia ) , 2 ♀♀, X.1935, B. Pohl col. ( MZUSP) ; ♂, ♀, XI.1935 , B. Pohl col. ( MZUSP); ♂, 15.X.1935, [sem nome do coletor]

Discussão: Monné & Giesbert (1992) sinonimizaram Ommata (Eclipta) plaumanni com O. (E.) eunomia . O exame das descrições originais, fotografias dos tipos e material depositado no MZUSP, demonstrou que essas espécies não são sinônimas (vide “Diagnose”).

Conforme comentado por Bates (1873) e Gounelle (1911), E. eunomia apresenta notável variabilidade na coloração. Assim, entre a subespécie (descrita como variedade) Ecliptoides eunomia nigrilatera e a forma típica, existem formas intermediárias, não relacionadas à distribuição geográfica, o que demonstra que Monné (1993) estava correto ao considerá-la um sinônimo.

Material examinado: BRASIL, Minas Gerais: Coronel Pacheco , ♀, [sem data e nome do coletor] ( MZUSP) ; Passa Quatro , ♀, XI.1915, Jaeger col. ( MZUSP) ; ♂, 18. XI.1915, J.F. Zikán col. ( MZUSP) ; ♂, 4 ♀♀, 27.X.1916, Jaeger col. ( MZUSP) ; 3 ♂♂, 7 ♀♀, 29.X.1916, Jaeger col. ( MZUSP) ; ♀, XI.1916, Jaeger col. ( MZUSP) ; ♀, 01. XI.1916, Jaeger col. ( MZUSP); (Fazenda dos Campos) , ♀, 03.I.1918, J.F. Zikán col. ( MZUSP) . Espírito Santo: Fazenda Jerusalém , 3 ♂♂, 15. XI.1913, J.F. Zikán col. ( MZUSP) ; Linhares , ♀, X.1972, P.C. Elias col. ( MZUSP) . São Paulo: Itu ( Fazenda Pau d’alho), ♂, XII.1958, U. R. Martins col. ( MZUSP) ; 5 ♂♂, 2 ♀♀, 30.IX.1972, M.A. Monné col. ( MZUSP) ; 2 ♂♂, ♀, 10. XI.1973, M.A. Monné col. ( MZUSP) ; São Paulo ( Jabaquara ), ♀, 14.X.1945, Nick col. ( MZUSP); (Brooklin Paulista) , ♀, 03. VIII.1963, [sem nome do coletor] ( MZUSP); (Ipiranga) , ♀, 20. XI.1936, F. Lane col. ( MZUSP) . Paraná: Guarapuava , ♀, I.1959, I. Schneider col. ( MZUSP) ; Londrina , 2 ♂♂, VII.1944, B. Pohl col. ( MZUSP) ; Ponta Grossa , ♀, I.1939, Camargo col. ( MZUSP) ; ♀, III.1939, Camargo col. ( MZUSP) ; 2 ♂♂, 1940, P. Machado col. ( MZUSP) ; Rio Negro , ( IRSN) ; ♂, 11. XI.1936, F. Plaumann col. ( IRSN) ; ♀, 23. XI.1936, F. Plaumann col. ( IRSN) ; ♂, I.1937, B. Pohl col. ( MZUSP) ; ♀, 15. XI.1937, F. Plaumann col. ( MZUSP) ; ♀, IX.1939, B. Pohl col. ( MZUSP) ; ♂, X.1939, [sem nome do coletor] ( MZUSP) ; 2 ♂♂, 6 ♀♀, XII.1939, [sem nome do coletor] ( MZUSP) ; ♀, I.1940, [sem nome do coletor] ( MZUSP) ; 2 ♀♀, IV.1940, B. Pohl col. ( MZUSP) ; ♀, IX.1940, [sem nome do coletor] ( MZUSP) ; ♂, 2 ♀♀, XI.1941, [sem nome do coletor] ( MZUSP) ; 2 ♀♀, XI.1941, B. Pohl col. ( MZUSP) ; 3 ♂♂, 10 ♀♀, X.1951, [sem nome do coletor] ( MZUSP) ; 5 ♂♂, 4 ♀♀, 28.X.1951, [sem nome do coletor] ( MZUSP) ; 4 ♂♂, ♀, X.1961, F. Plaumann col. ( MZUSP) ; 6 ♂♂, 8 ♀♀, X.1965, [sem nome do coletor] ( MZUSP) ; 7 ♂♂, 5 ♀♀, X.1966, F. Plaumann col. ( MZUSP) ; 3 ♂♂, 5 ♀♀, XI.1966, F. Plaumann col. ( MZUSP) ; 3 ♂♂, 2 ♀♀, XII.1966, F. Plaumann col. ( MZUSP) ; ♀, XI.1972, F. Plaumann col. ( MZUSP) ; ♂, VIII.1973, F. Plaumann col. ( FSCA) ; 2 ♂♂, IX.1973, F. Plaumann col. ( FSCA) ; ♀, X.1973, F. Plaumann col. ( MZUSP) ; 2 ♂♂, ♀, 01.X.1973, F. Plaumann col. ( FSCA) . Rio Grande do Sul: Porto Alegre , ♀, 1927, P. Buck col. ( MZUSP) .

V

Royal British Columbia Museum - Herbarium

MNHN

Museum National d'Histoire Naturelle

MZUSP

Museu de Zoologia da Universidade de Sao Paulo

MCNZ

Porto Alegre, Museu de Ciencias Naturais da Fundacao Zoo-Botanica do Rio Grande do Sul

R

Departamento de Geologia, Universidad de Chile

IRSN

Institut Royal des Sciences Naturelles de Belgique

FSCA

Florida State Collection of Arthropods, The Museum of Entomology

Kingdom

Animalia

Phylum

Arthropoda

Class

Insecta

Order

Coleoptera

Family

Cerambycidae

Genus

Ecliptoides

Loc

Ecliptoides eunomia ( Newman, 1841 )

Martins, Ubirajara R., Santos-Silva, Antonio & Clarke, Robin O. S. 2012
2012
Loc

Ommata (Eclipta) eunomia var. nigrilatera

MONNE, M. A. 1993: 23
GOUNELLE, E. 1911: 24
1911
Loc

Odontocera eunomia

MONNE, M. A. & HOVORE, F. T. 2005: 121
MONNE, M. A. & GIESBERT, E. F. 1994: 96
MONNE, M. A. 1993: 23
NEWMAN, E. 1841: 92
1841
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