Potamogetonaceae

Pott, Vali Joana, Moreira, Suzana Neves, Arantes, Ana Carolina Vitório & Pott, Arnildo, 2018, Lista de Alismatales do estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, Iheringia, Série Botânica 73, pp. 117-122 : 118

publication ID

https://doi.org/10.21826/2446-8231201873s117

persistent identifier

https://treatment.plazi.org/id/03958794-543C-FFEC-FF2D-AEA8FAFBA04A

treatment provided by

Felipe (2024-07-11 05:36:45, last updated 2024-07-11 09:46:47)

scientific name

Potamogetonaceae
status

 

Potamogetonaceae View in CoL View at ENA

Família com plantas aquáticas perenes, raramente anuais, submersas fixas, com inflorescência emersa em forma de espiga (Cook 1990). Cosmopolita de águas continentais ( Tur 1990), doces ou salobras, com cerca de 100 espécies ( Souza & Lorenzi 2012), e 13 no Brasil segundo Bove (2012b). Para o Brasil destaca-se Schumann (1894) na Flora Brasiliensis como o principal estudo taxonômico da família. Segundo ( Souza & Lorenzi 2012),

no Brasil ocorrem três gêneros, Potamogeton L., Stuckenia Börner e Zannichellia P. Micheli ex L. (apenas no sul do Brasil). Segundo a lista da Flora do Brasil, ocorrem nos domínios da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal (Bove 2012b). Muitas espécies são importantes para a fauna como refúgio e alimento (Cook 2004), pois são sítios de desova para várias espécies de peixes e invertebrados, e um valioso recurso na alimentação de algumas aves ( Rodrigues 2001).

Principais grupos de pesquisa de Alismatales

Não existe no Mato Grosso do Sul (MS) grupo específico que estuda esta ordem. No Brasil quem estudou Alismataceae foi Rego (1988) para o Rio Grande do Sul, e Matias (2007) e Matias & Souza (2011) para o Nordeste do Brasil. Pansarin & Amaral (2002) estudaram espécies dentro das antigas Limnocharitaceae , agora Alismataceae , também estudadas por Pansarin & Amaral (2005) para a Flora de São Paulo. Koehler & Bove (2004) estudaram a ordem para o alto e médio Rio Araguaia. Para o Pantanal, Pott & Pott (2000) abordam a ordem, também em famílias separadas. A lista da Flora do Brasil foi elaborada por Matias et al. (2012).

Em taxonomia de plantas aquáticas, à qual a ordem Alismatales pertence, existe um estudo mais completo apenas o da subfamília Lemnoideae , ainda como Lemnaceae , em dissertação de Mestrado de Pott (1993), e Pott & Cervi (1999). Também para o Pantanal constam em um guia de identificação de plantas aquáticas (Pott & Pott 2000). Em relação às Hydrocharitaceae , grupo com poucos especialistas, Bove (2012a) fez a lista da Flora do Brasil, mas não cita Egeria densa para o MS. As três espécies de Potamogetonaceae que ocorrem no MS também são citadas por Rodrigues (2001) para o RS, enquanto Bove (2012b), das três espécies, não cita Potamogeton gayi para o MS.

Principais lacunas de conhecimento

Faltam coletas, principalmente em áreas de nascentes, áreas úmidas e veredas no MS. Segundo Rego (1988), o gênero Echinodorus , sob ponto de vista taxonômico, é um grupo difícil de estudar pela grande variabilidade intra-específica e grande homogeneidade inter-específica, causando grande divergência nomenclatural. As coletas morfologicamente incompletas das espécies existentes nos herbários e a grande diversidade de forma das folhas e formas juvenis têm levado especialistas a divergir e a criar espécies novas duvidosas. Recentemente Lehtonen (2006, 2008) e Lehtonen & Myllis (2008) uniram esforços e diante de recentes evidências em análises de DNA a identificação das espécies de Alismataceae foi modificada e parcialmente solucionada. Assim, o gênero Echinodorus necessita de ampla revisão nos herbários do Brasil.

Bove, C. P. 2012 a. Hydrocharitaceae. In Lista de Especies da Flora do Brasil. Jardim Botanico do Rio de Janeiro. Disponivel em: http: // floradobrasil. jbrj. gov. br / jabot / floradobrasil / FB 131. Acessado em: 19. 08. 2015.

Koehler, S. & Bove, C. P. 2004. Alismatales from the upper and middle Araguaia river basin (Brazil). Revista Brasileira de Botanica [Online] 27 (3): 439 - 452. Disponivel em: http: // www. scielo. br / scielo. php. Acessado em 10. 09. 2012.

Lehtonen, S. 2006. Phylogenetics of Echinodorus (Alismataceae) based on morphological data. Botanical Journal of the Linnean Society 150: 291 - 305.

Lehtonen, S. & Myllis, L. 2008. Cladistics analysis of Echinodorus (Alismataceae): simultaneous analysis oh molecular and morphological data. Cladistics 24: 218 - 239.

Matias, L. Q. 2007. O genero Echinodorus Rich. ex Engelm. (Alismataceae Vent.) do dominio da caatinga brasileira. Rodriguesia 58 (4): 743 - 774

Matias, L. Q. & Souza, D. J. S. 2011. Alismataceae no Estado do Ceara, Brasil. Rodriguesia 62: 887 - 900.

Matias, L. Q., Lopes, R. C. & Sakuragui, C. M. 2012. Alismataceae. In Lista de Especies da Flora do Brasil. Jardim Botanico do Rio de Janeiro. Disponivel em: http: // floradobrasil. jbrj. gov. br / jabot / floradobrasil / FB 39. Acessado em 17. 08. 2015.

Pansarin, E. R. & Amaral, M. C. E. 2002. Limnocharitaceae. In Flora Fanerogamica do Estado de Sao Paulo. (M. G. L. Wanderley, G. J. Shepherd & A. M. Giulietti, eds.). Fundacao de Amparo a Pesquisa do Estado de Sao Paulo: Humanismo, Ciencia e Tecnologia, Sao Paulo 2: 155 - 157.

Pott, V. J. 1993. A familia Lemnaceae S. F. Gray no Pantanal em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Brasil. Dissertacao 200 f., Universidade Federal do Parana, Parana.

Pott, V. J. & Cervi, A. C. 1999. A familia Lemnaceae Gray no Pantanal (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Brasil. Revista Brasileira de Botanica 22 (2): 153 - 174.

Rego, S. C. A. 1988. Alismataceae Ventenat no Rio Grande do Sul. Dissertacao 119 f., Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

Rodrigues, R. S. 2001. Potamogetonaceae Dumort. no Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Serie Botanica 56: 3 - 49.

Schumann, K. 1894. Potamogetonaceae. In Flora brasiliensis. (C. F. P. Martius et al. (eds.). F. Fleischer, Monachii v. 3, p. 3. Reprint 1965. Weinmann: J. Craemer p. 677 - 702.

Souza, V. C. & Lorenzi, H. 2012. Botanica Sistematica (Guia Ilustrado para identificacao das familias Fanerogamicas nativas e exoticas no Brasil, baseado em APGIII). Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, Sao Paulo. 768 p.

Tur, N. M. 1990. Potamogetonaceae. In Flora del Paraguay. (R. Spichiger & L. Ramella, eds.) Conservatoire et Jardin Botaniques, Ville de Geneve v. 15. 14 p.